Foto: Lucas Amorelli (Diário)
Agência central, na Rua Venâncio Aires, tinha faixa informando a greve. Apesar disso, o funcionamento foi normal
Reforço no quadro de profissionais e o cumprimento do acordo coletivo no que diz respeito ao plano de saúde são as principais reivindicações do Sindicato da Empresa Brasil de Correios e Telégrafos de Santa Maria (Sintect/Sma). Esses motivos geraram a paralisação de funcionários dos Correios da cidade - em torno de 5% do efetivo, segundo a entidade que representa a classe.
Com baixa adesão à paralisação de ontem, as agências locais funcionaram normalmente. O consumidor que quiser evitar dor de cabeça ao pagar contas em atraso, devido à demora na entrega por parte dos Correios, deve procurar as agências para fazer a retirada das correspondências ou buscar suas faturas diretamente nas prestadoras de serviço, como empresas de telefonia e cartões de crédito. A maioria disponibiliza essa ferramenta online.
MENOS CARTEIROS
Conforme o secretário-geral do sindicato, Ernani Silveira de Menezes, a defasagem, principalmente no cargo de carteiros, dá-se há mais de sete anos.
- Os carteiros foram deixando os cargos, ou porque se aposentaram ou por problemas de saúde, e esses postos abertos não foram preenchidos. Os que ficaram acabaram tendo de cobrir estas rotas. Eles estão sobrecarregados. Seriam necessários, pelo menos, 30 carteiros a mais na cidade hoje - reivindica Menezes.
Segundo o dirigente Odemir Paim Peres Júnior, a entrega das correspondências está atrasada, principalmente, devido à falta de efetivo.
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- As pessoas precisam entender que o carteiro que está lá na rua é só a ponta de toda uma cadeia, e ele não tem culpa dos atrasos. Há um sucateamento de toda a estrutura de correspondência e encomendas visando a privatização. Nós somos contra a este modelo de gestão da empresa Correios, no qual cargos diretivos são ocupados por nomes indicados e não por pessoas realmente capacitadas para assumirem tal função - desabafa.
A votação de ontem no Tribunal Superior do Trabalho (TST), a respeito ao plano de saúde da categoria, alterou as regras e passa a autorizar a cobrança de mensalidade dos funcionários da estatal e de seus dependentes.
Pela decisão, o valor da mensalidade dependerá da renda do trabalhador. O TST também alterou as regras de coparticipação - parte do valor de consultas e procedimentos que o funcionário divide com a empresa.
O ministro do TST Aloysio Corrêa da Veiga informou que não poderá haver cobrança de coparticipação para internações. Para os demais procedimentos (consultas e exames), o limite da divisão será de dois salários, para funcionários da ativa, e de três salários para aposentados.
O tamanho da coparticipação depende da faixa de salário do funcionário. Entretanto, o desconto mensal não poderá passar 5% do salário.
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Conforme Menezes, a decisão foi uma grande derrota para os trabalhadores dos Correios.
- Vamos concentrar forças para o Acordo Coletivo, onde, temos consciência, virão mais ataques - projeta o secretário -geral.
Agora, o sindicato de Santa Maria, que representa ainda outros 197 municípios e tem mais de 700 filiados, aguarda um posicionamento das centrais sindicais do centro do país para decidir o rumo da paralisação iniciada ontem. Hoje, o trabalho deve ser normal.